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domingo, 18 de novembro de 2012

filosofando num domingo






Para se viver com consciência presente é preciso que dispensemos 99% das coisas que fazemos automaticamente, que acabam sendo atividades criadas pela mente para disfarçar aquele vazio que fica.  As atividades necessárias à sobrevivência (fazer compras de alimentos e artigos de primeira necessidade, etc) devem continuar, mas isso nunca impediu que a alma siga sozinha, matutando em como essa vida é sem sentido. Ainda por cima nos deixa um resíduo de desejo por companhia, por compartilhar, que mais atrapalha do que ajuda. Explico porque: geralmente as companhias nos servem como analgésicos, que nos tiram a dor de viver, momentaneamente, porque nesses breves momentos, nos esquecemos de mergulhar em nós mesmos e perceber que o tédio está lá, sentadinho, à espera de que fiquemos sós novamente e ainda por cima  isso não significa que sejam as companhias solução para o tédio de existir. 

Mudei de endereço mas não mudei de alma. Continuo pedindo aos céus que me tire a vontade de ter companhia, já que estou ficando cada dia mas transparente. O caso da mesinha de fórmica, que coloquei no blog ontem, foi a prova viva de que se eu tivesse 25 anos de idade até o porteiro do prédio teria se prontificado a dar um jeito e aparafusar a mesa. Mas ele disse (porque já passei da idade de atrair pelo físico) que estava sozinho na portaria e o zelador não estava no momento. 

Por essas razões gostaria de virar vento. Não precisar de mais nada, apenas ventar pra lá e pra cá, sem depender de ninguém. Esse meu temperamento não combina com a idade avançada, quando ficamos cada dia mais dependentes dos outros. Só que não quero perturbar a paz das pessoas. Todos têm muito o que fazer, e quando estão em seu horário de lazer não devem ser importunados com uma senhora que tem uma mesa problemática. Portanto amanhã vou à loja onde a comprei e eles darão um jeito. Acabo sempre resolvendo os problemas da forma mais racional. Emoções são para quem tem cacife. Eu não pago o preço de parecer uma pessoa inconveniente e alvo de críticas. Talvez não esteja preparada para viver como a maioria. Mas sei o que já vivi, o que já apanhei, e descobri que para mim a vida nunca foi nem será doce. Já fui taxada de ingênua, por acreditar demais nos outros. Hoje acredito em mim e nas minhas intuições maravilhosas. Não tenho me decepcionado comigo. No fundo isso é o que importa. No fundo.

5 comentários:

sonia a. mascaro disse...

Olá Sonia,
Descobri o seu blog através de seu comentário no Peri e gostei do que li aqui. Voltarei para ler com mais calma.
Um abraço.



sonia disse...

Olá Sonia, obrigada por sua visita e já fui visitar seu blog, que gostei muito. Acredito que você é nascida em Portugal e mora nos States, acertei? Eu sou de origem portuguesa (avó paterna).
Volte sempre.
Abraço.

sonia a. mascaro disse...

Olá Sonia,
Que bom que gostou do meu blog. Obrigada pela sua visita.

Sou paulistana e desde 98 estou morando num condomínio às margens da Represa Jurumirim, ESP, perto de Avaré.
As fotos de Coimbra e do Porto que você deve ter visto no blog foram tiradas por minha filha que esteve em maio em Portugal, participando de um congresso.

Comecei o meu blog há sete anos, escrevendo em inglês porque na época eu visitava principalmente blogs de língua inglêsa e a maioria das minhas visitas eram dos USA, Austrália, Inglaterra, etc. Depois que fui recebendo amigos do Brasil e Portugal comecei a fazer os posts bilíngue. Essa é a explicação e entendo o porquê de você achar que sou portuguesa e moro nos States.
Espero sua nova visita também.
Um abraço.

Helena disse...

A décalage entre a idade real e a idade mental deixa-nos muitas vezes nalguma angústia. Especialmente quando nos damos conta que há uma distância progressivamente maior entre o que queremos e o que podemos.
Mas, por outro lado, que bom sinal esse, de que tudo o que pode funcionar bem, assim continua - pensamento, sentido crítico sobre o mundo, sensibilidade...

Bjs daqui, do outro lado do oceano.

sonia disse...

Helena,
estou presente de coração em sua terra. Sou neta de avó portuguesa (falecida) tenho o espírito lusitano na alma, no DNA. Tudo o que absorvi de meus avós é um pouco como vivo a vida agora. Amo portugal, sem nunca tê-lo conhecido.
Obrigada por compartilhar sua sensibilidade!