(imagem da internet) |
Duas das poucas coisas que a velhice pode nos trazer de bom: se dar o luxo de não ter mais expectativas sobre ninguém e poder se libertar de praticamente todos os compromissos indesejáveis. Isso traz o que sempre almejei: uma relativa libertação dos grilhões que a vida nos impõe quando deles dependemos para a sobrevivência.
Aos poucos vamos aceitando que ser mortal é um privilégio. Viver cansa. O que nos ajuda a chegar a essa conclusão é acompanhar o processo de envelhecimento com bom humor. Nosso emurchecimento, desidratação, como uma flor que aos poucos vai perdendo o viço e de tão murcha já perde também sua identidade, já não sabemos bem o que somos. Nossa identidade vai se esmaecendo, como algo sem tanta relevância, como quando necessitávamos dela para sobreviver. Agora sua maior importância é sentida ao renovar o atestado de vida junto ao INSS
3 comentários:
Será que perdemos a nossa identidade também porque vamos perdendo quem nos conhece?
Olá Gábi,
acho que um pouco é isso, outro pouco é que vamos percebendo (até sem dar por isso) que a identidade não passa do ego, e este já vai perdendo tanta importância.
Beijinho,
Sônia()
A nossa mortalidade é, talvez, o que mais sentido dá à vida. Sem ela e sem a consciência dela, nunca nada seria vivido com tanta intensidade. Envelhecer é parte disso. E tem razão: é uma libertação. Pelo menos em parte.
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