Às vezes gosto de sair a pé, para passear à noite, quando há uma bela lua cheia no céu e a temperatura está agradável. Como hoje, por exemplo. Fui de carro fazer uma compra agora mesmo e no caminho percebi algo que me deixou triste e revoltada: nessa cidade onde moro não há um só local onde se possa dar uma volta à pé, tomar um sorvete, encontrar pessoas como nós, passeando e jogando conversa fora. Ou você se enfia num barzinho, ou fica entocada no apartamento, isolada de tudo e de todos.
Acho que o povo daqui não sente falta do que eu sinto. Talvez por haver nascido e morado em Santos por 23 anos, costumava passear na calçada que beira a orla marítima e chegava em casa com aquela sensação boa de energia renovada. Mas as pessoas daqui nunca se preocuparam em criar uma área onde se possa ter um lazer noturno sem risco de ser assaltado na primeira esquina.
Será que o prefeito não tem imaginação? Acho que vou mandar uma cópia a ele.
Na semana que vem vou a Santos, sem falta. Uma outra lua dessas ou até uma meia-lua não me pegam mais dentro do apartamento!
3 comentários:
Eu morei em bairros pequenos, brincava com a molecada até tarde da noite. Era mesmo bom. A vida mudou muito...
sim, como a compreendo, Sónia, nasci e cresci na provincia, lugar de usos e costumes tão saborosos...mas na adolescência vim estudar para a cidade e por aqui me fiquei. A Agustina Bessa Luís dizia que é com as lágrimas que escrevemos, e eu sinto este meu breve comentario como uma mão cheia de lágrimas pela passagem para a cidade agreste, violenta, desgastante.
Zé Alberto,
como é bom alguém perceber nossos anseios e comungar com a gente!Se a gente adivinhasse quanta falta nos faria a vivência na cidade onde nascemos, com certeza não sairíamos dela. Nada compensa o sacrifício!
Obrigada pela companhia.
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