Ontem precisei acompanhar meu filho para um procedimento cardíaco, feito num hospital de São Paulo. Permaneci por lá das 10h00 até 18h00, até que ele fosse liberado. Felizmente, correu tudo como o esperado. Durante essas 8 horas tive bastante tempo para observar à minha volta tudo o que se passava. Como estava sozinha, essa observação pôde ser mais meticulosa. Posso dizer que me senti fazendo parte do quadro de colaboradores do hospital. De minha parte contribui com o respeito e silêncio nos corredores de espera em que fiquei. Muitas cenas se passaram, então. Nunca antes havia tido a oportunidade de ver o trabalho árduo de funcionários humildes, em tarefas que iam desde a limpeza de corredores e transporte de macas, como de enfermeiros levando doentes em cadeiras de rodas, muitas vezes com o soro pendurado numa haste. Num dos corredores em que fiquei, havia uma mulher com um casal de filhos, mas não estava com o semblante preocupado, e sim, alegre. Logo me dirigiu a palavra pra dizer que os filhos eram praticantes de jiu-jitzu. E ainda disse que a filha, de 10 anos, achou meus cabelos brancos, lindos. Agradeci e comentei que já foram mais bonitos quando eram fartos, hoje bem menos fios enfeitam minha cabeça...
Agora, recordando o dia de ontem, parece que ainda estou naquele hospital. Sinto um pouco de culpa por ter abandonado aquele campo de trabalho tão iluminado pelo amor, como se tivesse deixado pra trás uma turma de amigos! Houve momentos tristes, quando a alguns metros de onde estava, havia 2 ou 3 mulheres chorando bem alto, com certeza algum parente com problemas sérios ou mesmo óbito de alguém da família.
Senti que, apesar de ser um local simples, sem luxo algum, havia uma atmosfera de amor, uma vibração de trabalho de cura, gentileza no trato e prestação de serviços a quem chegava.
Nunca mais vou entrar num hospital sem parar um pouco e mandar enegia boa para o lugar que, com certeza, indica ser abençoado por Deus!