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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

a vida continua...

vista do meu terraço


Sobra-me um tempo para observação das coisas. Então chego à janela e vejo a vida correr nas moradias em outros apartamentos. Apenas relances de vida. Uma criança pulando no terraço, uma velha cuidando das plantas, uma moça com o celular, um homem de meia idade com bermudas e sem camisa chegando rapidamente ao terraço, uma mulher estendendo roupas no varal, e me vejo pensando no absurdo que é a vida....
Chego a ter desconforto físico, um certo mal estar no plexo solar, como um leve enjôo, uma certa ansiedade (mas já tomei meu ansiolítico hoje).  Não sei se é bom perceber mais abaixo da superfície, como corre a vida. Às vezes invejo quem aceita fazer todas as tarefas do dia-a-dia, sem questionar nada. Apenas ir se desemcumbindo do que há a fazer. Sofre menos quem não filosofa muito...mas, e daí? O que é a vida? Vale a pena perguntar? Basta ser cínico com ela, na medida do razoável. Como o Felipe Pondé, filósofo, costuma ser.
Nos meus sonhos norturnos (porque já não sonho acordada por desconfiar que a vida já é toda ela um sonho), tenho sensações tão nítidas, emoções tão fortes, vivências tão diversas das que eu tenho acordada, que já me alimentam durante o dia todo.
Daí ter uma certeza que incomoda porque não posso provar nada: A VIDA CONTINUA.

O que dói é ver, como agora, na TV, as pessoas (principalmente crianças) passando um frio congelante na fronteira da Belarus com Polônia, apenas por vingança, como dizem. O que passa pela cabeça de uma criança num momento como esse|?


.....

2 comentários:

redonda disse...

Gosto dessa certeza
(sobretudo porque tudo o que acontece de mau, como o que se está a passar na fronteira com a Polónia parece-me abalar a ideia de um sentido - o que a reforça será o contrário, os actos altruistas que também acontecem)

sonia disse...

Essa certeza chama-se fé. Isso eu tenho. Não tenho crença em nada....