Dizem que recordar é viver. Descobri que pode ser viver melhor ainda o que já se viveu, porque já temos mais experiência para observar enquanto se revive o fato. A mente é um mistério para nós e continua sendo assim. Se você pensar o que acontece durante os sonhos, sente que enquanto sonhou viveu "de verdade" alguma história. Quando acorda, se tiver sorte, pode capturar essa história e sentir como se fosse fato que realmente aconteceu. Mas nem precisamos sonhar enquanto dormimos. Podemos fazê-lo acordados mesmo, é só uma questão de capturar algum insight que venha de repente, sem aviso, e antes que ele se vá, demore-se nele o suficiente para senti-lo como vivendo novamente o fato. Tem acontecido às vezes comigo e hoje foi sobre a adolescência e as sensações de vida em turbilhão que acontecem nessa fase. Felizmente não recordei a parte triste dessa idade, que é trágica para muitos e no meu caso não foi diferente. Mas abriu-se um portal que me levou a uma sensação que poderia ser considerada como real, pena que durou frações de segundo. Nesses momentos acredito que temos um arquivo secreto cuja chave aparece uma ou outra vez e se estivermos atentos podemos abrir uma gaveta e captar a coisa de forma tão nítida que chegamos a sentir o "cheiro" do ambiente que nos é trazido à memória.
É isso, a vida é instigante para quem se interessa por ela.
Um comentário:
Gosto de sonhos assim, a dormir (e muitas vezes tenho a sorte de me conseguir lembrar) e acordada.
Muito obrigada pela passagem pelo dona-redonda e vim também desejar um Natal feliz e com tudo de bom (algo de bom no tempo que fica para trás foi descobrir o "Tudo me interessa e nada me prende" - em alguns dos seus textos revejo-me e/ou fazem-me pensar)
um grande beijinho
Gábi
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