De repente, do nada, veio-me à memória uma amiga de juventude, que morava a poucas quadras de minha casa e com quem saíamos de vez em quando, eu e minha irmã. Era uma pessoa suave, sempre tranquila, a quem eu admirava, talvez por ser eu tão diferente, sempre repleta de inquietações existenciais.
Mas o que mais se ressaltou nessa lembrança, agora, sem mais nem menos, foi a pergunta: o que andará ela fazendo a essa altura da vida? Estará casada, viúva, separada, solteira, com filhos, netos, enfim, qual será seu estilo de vida no momento? Se ela soubesse o que eu vivo...bem, nem sei se ainda se lembra de mim, ou se minha imagem vem à sua memória apenas em momentos que se associam a fatos da cidade onde vivemos na infância, adolescência e juventude.
Isso que escrevi acima é o que se pode chamar seguramente de NOSTALGIA.( Oxford English Dictionary: Sentimental longing for or regretful memory of a period of the past, esp. one in an individual’s own lifetime; (also) sentimental imagining or evocation of a period of the past) .
Decididamente não gosto de nostalgia. Prefiro o momento presente.
Por que a memória, se o que precisamos para tocar a vida sem melancolia é viver o momento? Memória devia ser um dispositivo que acionássemos intencionalmente e não esse fantasma que chega de repente para deixar um gosto triste de certeza do "nunca mais".
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