(foto da internet)
O que me faz silenciar por tanto tempo? Preciso escrever. Tenho um blog e não o uso. É como ter um carro na garagem e perceber que se não usá-lo vou ter problemas. A bateria descarrega, na melhor das hipóteses. Venho pensando muito, então o ruído interno não cessa. Jogar o ruído para fora alivia? Não sei, há que se dizer de forma interessante o que se tem a dizer. Há que fazer nexo, ter uma certa graça. Há que se desenvolver uma ideia com uma sequência que deixe um rastro de um mínimo de inteligência. Alguém, não me lembro quem, disse que escrevemos para não enlouquecermos. Pode ser. Mas há um momento em que isso não é assim. Quando as letras ficam como que guardadas dentro de uma caixinha no cérebro e você sabe que para fazê-las sair da caixa há a necessidade de dizer algo que faça sentido, ao menos para você e esse momento não chega, será o bloqueio de escritor? Mas nem ao menos sou escritora...Por que esse malu estar em sentir que estou me afastando de uma das poucas atividades que me dão um certo prazer? Muito já não faço e arrisco dizer que nem tenho vontade de inventar lazeres! As coisas cada vez mais, menos me motivam. Continuo com o mesmo entusiasmo, dedicação e amor, no entanto, para aquilo que me move. Adoro minha rotina que foi criada por alguém que não sou eu. Quando vejo já é hora de fazer o que acabo fazendo sempre na mesma hora, sem que determine isso. Apenas acontece. Meu ritmo biológico se ajustou numa constância que me surpreende. E me agrada. É o que me defende de acidentes maiores. Os pequenos tenho sempre, como qualquer ser humano: cortar o dedo durante o preparo dos alimentos, dar um mau jeito enquanto passeio com as cachorras, cansar-me mais facilmente pela própria idade, mas vou sem pressa. O ritmo se faz por si mesmo, pois a natureza é sábia. Protege-nos mesmo quando não estamos alertas e isso tudo para nos dizer que temos uma tarefa a cumprir até o último suspiro!