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segunda-feira, 17 de julho de 2017

whatsapp da vida...

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Vejam o que o whatsapp fez em  nossas vidas. Não suportamos mais as expectativas. Um telefonema já é muito trabalhoso quando se pode gravar a voz ou digitar rapidamente: "você vem mesmo almoçar aqui hoje"? Já não conseguimos segurar a onda. Qualquer sentimento de tristeza, alegria, mal-estar, frustração, vaidade, etc. tem que ser comunicado rapidamente a alguém. Fico pensando no que vai dar isso tudo. Sim, pois é como colher um fruto verde de uma árvore que podemos chamar de "arvore da vida". Preferimos comê-lo sem esperar que esse fruto cumpra sua função. Estamos interferindo muito nas coisas. Até que ponto isso vai resultar em evolução da humanidade ou mais uma doença mental a ser tratada? Até que ponto isso facilita a vida do ser humano ou levá-lo a uma compulsão irrefreável de passar adiante algo que está apenas germinando em nossa alma e nem sequer chegou ao estágio de ser exposto ao mundo, com o risco de ser um natimorto? Será que entramos num redemoinho que não nos permite a reflexão? Não identificamos mais o que nos automatiza o coração? Preferimos o resultado imediato a qualquer custo?

Seria razoável  nos fazermos essas perguntas antes de que todos nós estejamos submetidos a uma nova escravidão: a escravidão do imediatismo, se é que ainda temos tempo...

sábado, 15 de julho de 2017

presságios...


(foto tirada na casa de uma amiga na Ilhabela)

Há uma leveza que não consigo nesta vida e nunca conseguirei. Suspeito que após a morte eu tenha esse privilégio. Hoje está sendo um dia de emoções conflituosas. Grata ao Facebook porque só através dele tive chance de reencontrar amigos que há mais de 50 anos não via. Isso me remeteu à infância, adolescência e juventude e fez um bem danado... ao mesmo tempo estou derramando lágrimas por ter sabido da morte de minha primeira amiga de verdade. Entramos no 1o. ano primário de um colégio em Santos e fizemos o primário e ginásio juntas. Sempre amigas. Sempre frequentando a casa uma da outra. Lembro-me que era eu quem mais frequentava a casa dela, por razões que aqui não compete citar. Era a alegria em pessoa. Graças à minha boa memória visual, auditiva e olfativa, parece que a estou vendo dar risada, ao mesmo tempo em que sinto o cheiro gostoso do brigadeiro que ela fazia em casa para comermos de colherada na hora do lanche. 

Sabendo como foi sua morte senti algo inusitado: a leveza que deve ser partir....não tenho o menor medo de partir para outra. Apenas sinto que, enquanto por aqui, amo viver junto a meus filhos e minhas cachorras. Gosto muito de algumas pessoas, menos de outras, mas acima de tudo sinto que minha vida foi e é intensa. Não posso reclamar. Apesar de minha biografia poder ser escrita em forma de drama, há comédia no meio e aventuras que gosto de relembrar muitas vezes. Aliás, já disse aqui no blog que vivi intensamente. Acredito que o que se leva da vida são as lembranças vivas do que experimentamos, e se aguçarmos mais os sentidos, quase podemos ver o desenrolar desse filme particular e único que é nossa passagem pelo planeta. Fico emocionada de assistir a minha própria história e um pouco triste de não saber como fazer algo grandioso com ela para que outros possam usufruir de alguma coisa útil nessa estrada. Mas todos tem sua estrada particular e a cada um é dada a oportunidade de rever sua vida. Tenho revisitado a minha muitas vezes e confesso que estou grata a quem me colocou no mundo!!!

sábado, 1 de julho de 2017

LIGANDO E DESLIGANDO...

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A energia sexual nos escraviza. Mas podemos desligá-la de acordo com nossa conveniência. É como uma tomada desligada da eletricidade. Sabemos que ela está ali, embora desativada, a qualquer momento pronta para experimentar a força da vida. Mas acabamos por descobrir que a experiência pode (e é melhor assim) ser vivida em uma outra dimensão. Aquela em que se sabe, se tem a certeza de que viver, é, a qualquer custo, descortinar novas paisagens com os olhos bem abertos.

Enquanto vivo, reflito e revivo!

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Agora, já na reta final, tenho que concordar: tive e ainda tenho uma vida intensa. Mudou a forma, mas não o conteúdo, já que intensas são minhas vivências, seja em que dimensão for. Há alguns minutos, ouvindo uma rádio pela internet, que teve a feliz ideia de colocar músicas de Ray Conniff, eu vivi tudo novamente. A sensação de ter voltado aos anos 60, quando me empolgava com os "bailinhos", chegou com força. Vivi tudo como se tivesse dentro da cena. A mente é algo maravilhoso. Dá a oportunidade de não congelar, de avivar a memória a um ponto em que me dou por satisfeita por ter tido a chance de viver até uma data em que possa recordar. Há quem morra cedo, em plena juventude ou infância e não tenha tido essa oportunidade. 

A vida vale a pena, apesar de tudo. Sou privilegiada por poder agradecer pelo que passei. Vivi e mergulhei na vida. Saí mais forte e tolerante. Saí desse mergulho enxergando mais os outros, respeitando mais as diferenças, mas me dando o direito de viver minhas escolhas. Não interfiro e nem deixo que interfiram em meu mundo sagrado. Ele é sagrado exatamente por isso: está preservado de todas as influências que não o fazem crescer em qualidade a cada dia que passa...