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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

a alma das coisas

(já que o google apagou a foto da xícara que era da minha tia, em protesto coloco um desenho sem valor estimativo algum)





Acabei de tomar chá mate com pão de queijo feito em casa. Momento de prazer e descontração. Mas não só isso, considerando o elemento invisível que habita as coisas. (Não estou maluca, não. Acredito firmemente que há um tipo de energia em todas as coisas, até em uma pedra).

Percebi que toda a vez que toco algum objeto deixado por minha tia-madrinha, falecida em 2014, há uma possibilidade de fruição de amor. Eu gostava tanto dela e das coisas dela, compartilhadas comigo cada vez que ia passar um dia em sua companhia, que nunca me imaginei na situação de usar tudo o que selecionei dos seus pertences, para fazer parte do meu dia-a-dia. 

Acho que onde estiver ela sente alegria por me ver tratando de suas coisas com carinho e boas lembranças. Lembranças que não deixam de provocar lágrimas de saudade, muitas vezes. É que quando eu tomo chá ou café numa xícara de porcelana antiga, branca, e uso a manteigueira de linhas harmoniosas que era colocada na mesa para compartilharmos o lanche da tarde, tudo isso me traz uma dor doce e ao mesmo tempo difícil de abandonar. Podem imaginar o que é usar a mesma louça desde que eu tinha idade para sentar-me à mesa e tomar lanche (3 ou 4 anos, talvez) quando morei com ela até os 8 anos de idade  e ainda usar as mesmas xícaras que tanto apreciava, mais de 60 anos depois?

Sei que não se deve invocar os mortos, deixemos que que eles descansem em paz, mas sinto que amor nunca fez mal a ninguém, nem a quem já se foi, pois esquecê-la seria pior. Se há alguma forma de comunicar um sentimento que nunca imaginei ser tão forte e acalentador, como é o que sinto por essa tia querida, então essa forma é homenageá-la, cuidando bem de suas coisas, sabendo o quanto ela cuidava com zelo enorme de tudo aquilo que possuía. Sempre valorizou as pequenas coisas e por isso mesmo suas pequenas coisas são hoje grandes elementos de ligação entre nós. 

Lembrar dela fará nascer ainda muitas lágrimas, mas sinto que ela pode receber a saudade que insiste em habitar meu coração como um atestado de que foi uma das pessoas mais dignas e íntegras que já conheci neste mundo!




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Amor

Nunca senti por homem algum (filhos à parte) a intensidade do amor que sinto por minhas duas cachorras.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

minha reflexão (dele) para hoje


 
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Todo o estado de alma é uma passagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito.
Fernando Pessoa