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quarta-feira, 31 de julho de 2019

O osso da sorte

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Morei na casa da minha avó até os 8 anos de idade. Tínhamos quintal, pomar e galinheiro. Minha avó, portuguesa, cozinhava muito bem. Lembro-me de vários pratos deliciosos, entre eles a canja de galinha feita com matéria prima do galinheiro, e que incluía um cacho de pequenas gemas cozidas dos ovos que ainda não haviam maturado totalmente.

Hoje, ao desossar um peito de frango cozido para o almoço das minhas cachorrinhas notei (e já havia notado algumas vezes antes) que o osso da sorte (do peito da galinha) era bem maior quando eu era criança, Tanto é que sempre tirávamos a sorte e quem ficasse com a parte maior da forquilha era o "sortudo". 

Agora não dá mais para brincar com o osso da sorte. O tal osso se tornou tão frágil e pequenino que já não significa nada muito atraente para se jogar a sorte. 

Será que a sorte anda sumida ou o alimento prejudicado? 

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Enquanto fazia o arroz...









Hoje, enquanto fazia o arroz, lembrei-me da minha cidade natal e imaginei a mesma cena só que lá. Veio imediatamente (e como isso foi intenso) uma sensação tão boa, que quase senti o ar úmido de maresia janela adentro, o sol quente e o típico barulho da cidade num dia de semana normal. Inevitável foi recordar em alguns segundos o resumo de toda uma vida entremeada de alegrias e tristezas. Mas a presença de uma dor maior chegou para embaçar todo o brilho que se formava nessa recordação. A morte de uma irmãzinha querida. 

Tendo já saído de onde morei por 23 anos para trabalhar na região do ABC em busca de um salário melhor, percebi que se não o tivesse feito então, seria inevitável fazê-lo quando a maior dor de minha vida chegasse para ceifar a alegria dos meus dias naquela cidade cheia de brilho. Seria meu destino abandonar tudo e mergulhar no desconhecido. O acolhimento da cidade que me viu nascer estava por completo destinado a ser tirado de mim. 

Desde então procuro brincar de faz de conta. Como a criança segura uma boneca em suas mãos e faz de conta que está abraçando sua filhinha, eu vou sempre sentir a falta de um aconchego que me foi recusado para sempre!

De repente senti a dor do emigrante! 

sábado, 27 de julho de 2019

GRATIDÃO, apesar da menor audiência.....

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Tenho este blog desde 2008. Reparei que meus seguidores eram muitos nesse tempo. De uns anos para cá perdi a maioria dos que costumavam mandar comentários sobre o que eu postava. Devo ter ficado menos produtiva com a idade. O entusiasmo arrefeceu, mas a chama continua acesa. As pessoas geralmente gostam de quem mostra fotos e conta sobre experiências dos lugares onde estiveram. Eu parei de viajar, mesmo a lugares perto de São Paulo, em praias aonde ia com frequência e de onde vinha cheia de coloridas experiências. Hoje tudo mudou. Há uma chama acesa dentro de mim que de repente me fez compará-la àquela pequena chama que se vê nos altares das igrejas católicas, e que dizem ser o espírito de Deus sempre presente, porém quase invisível. Minha chama também arde. Só que não sendo Deus, sinto que tenho um pouco dele no meu coração, o que me faz conservar essa pequena chama sempre brilhando e dando graças por ter chegado até aqui com lucidez suficiente para estar de bem com a vida e ser grata a tudo o quanto recebi até hoje! 

sexta-feira, 5 de julho de 2019

TAREFAS DOMÉSTICAS




donald duck sleeping GIF



Faça suas tarefas como quem está filmando um vídeo para postar nas redes sociais.
Fica menos cansativo. Você não imagina a energia extra que surge quando pensa que está sendo filmado/a!

quinta-feira, 4 de julho de 2019

UMA EXPERIÊNCIA

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Sair de si por um tempo e depois voltar.
Acho que é isso que o artista faz.
O artista é um corajoso.

Eu queria ser artista.
Mas falta coragem.

memória imediata x memória remota




Hoje chove após 27 dias de seca em São Paulo. Já que não posso levar as cachorrinhas para o passeio matinal comecei a filosofar sobre o que me vem ao pensamento. Fazer de um simples evento vivido há tempos remotos é o suficiente para uma complicada sequência de cenas que me vêm à memória.

Uma das coisas que constatei nessas viagens de pensamento é que a natureza é caprichosa mas convenhamos, sabe lidar com tudo para nos dar alguma chance de gratidão.

Reparem que com a idade (isso os mais velhos, claro) vamos perdendo a memória imediata (já não sabemos o que viemos fazer no computador assim que ele nos mostra sua tela iluminada; o que viemos fazer na cozinha quando lá chegamos; aonde íamos  assim que pegamos o carro; o que íamos comprar ao chegar no supermercado, etc.), mas lembramos em detalhes certa vez em que aconteceu isso ou aquilo de agradável ou doloroso, ou mesmo coisas comuns em que não estão presentes emoções marcantes. Há espaço no nosso hardware onde ficam arquivos salvos que podemos acessar de repente, dependendo dos caminhos do pensamento.  Ao mesmo tempo há arquivos temporários que somem espontaneamente.

Os computadores são exatamente a cópia (sem alma) do ser humano. A um ponto em que conseguem chegar a resultados mais exatos que nosso cérebro poderia.

Daí eu penso que as emoções são o fator que nos separa da máquina e que suspeito serem as únicas responsáveis pelo sofrimento e prazer das pessoas. 

Há momentos em que, observando minhas cachorrinhas, gostaria de passar um dia inteiro no lugar delas, apenas para saber como sentem a vida.....