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quinta-feira, 12 de maio de 2016

O BONDE DA VIDA

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A vida corre tão depressa que quando venho ao computador já me esqueci do que queria escrever. De repente, uma necessidade já não é tão importante e até mesmo vai para o território dos sonhos, onde ficam guardadas as lembranças fugazes. Deve haver um lugar onde se escondem todas as lembranças que a memória já não é capaz de conter. Afora alguns insights, tudo o que me escapa não volta mais. Tenho material estocado em algum arquivo inacessível e isso me causa certa ansiedade. Gostaria de recuperar esses arquivos que sinto perdidos para sempre. 

Agora mesmo, enquanto escrevo, alguns fiapos de momentos vividos há mais de 40 anos voltam com força suficiente para que eu tenha a certeza de que estavam guardados numa gavetinha que por algum motivo foi aberta e rapidamente fechada. E então minha cachorrinha começa a chorar como criança, tentando me convencer a dar atenção exclusiva a ela. 

Viver esses dias com uma sensação de que não há tempo para planejar nada, viver sentindo que só devo me atrever a fazer aquilo que vai trazer um pouco mais de conforto aos meus dias, facilitando uma ou outra coisa aqui e ali no lugar onde moro, para que não pague muito caro com grande esforço físico e ao mesmo tempo tenha um ambiente onde me agrade ficar mais tempo, já que a tendência é aprender a gostar do que está mais perto...eis minha principal ocupação. 

Dizem que a velhice é a melhor idade. Quem falou isso estava fora de si. Melhor idade não existe. Na velhice o que podemos é relativizar tudo e assim encontrarmos motivo para não desistir. quando temos saudade da juventude. Verdade é que essa saudade não inclui os dias de sofrimento por coisas que hoje tiramos de letra. Não inclui as angústias que sofremos por falta de habilidade em lidar com nossos sentimentos, fazendo com que funcionem a nosso favor. Queremos absorver tudo, temos pavor de perder o bonde da vida...

Mais tarde vemos que esse bonde continua passando por nós, só que cada vez mais vazio. No final, somos passageiros solitários que temos que aprender a fazer dessa viagem solitária algo interessante. Já não podemos depender de conversas para passar o tempo. O tempo vai ficando cada vez mais precioso, como um vinho raro que tem que ser saboreado em pequenos goles!

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