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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ESCRAVIDÃO DOS NOSSOS TEMPOS



(imagem da internet)


Gosto de algumas coisas muito, de outras pouco e detesto muitas outras. Das coisas que gosto não posso dizer que sou controlada por elas, pois a qualquer momento, outra atividade toma lugar do que falhou. O que não gosto é de me submeter como escrava a alguma atividade ou mesmo ficar viciada em algo. Até o cigarro, larguei no momento mais difícil da vida e nunca mais voltei a fumar, isso há 36 anos. Fumava um maço por dia e gostava de fumar. Digo isso para contar o que me aconteceu ontem e que me deixou em puro desgaste emocional. Não achei que seria tão afetada por simples contrariedade. 

Bem, andei mexendo onde não devia no meu notebook e de repente eis que perdi minha conta no bendito (às vezes maldito) Google. Fiquei sem saber o que fazer. Criar outra conta e avisar a todos os meus contatos que meu email seria outro? Não, isso é que não. O fato de ter esquecido minha senha provocou esse reboliço que me estragou a manhã, como se uma nuvem negra tive pousado na sala. Meu humor foi a zero, houve um transtorno no meu estado de ânimo a ponto de eu não pensar em outra coisa, a não ser resolver o problema imediatamente. Só que para isso precisaria lembrar da maldita senha. Folheei cadernos e no meio de umas garatujas acabei achando uma senha ....e pimba! Era ela. Recuperei a conta e o bom humor. Foi como se me tivessem tirado um peso enorme das costas.

Analisando friamente a situação, fiquei perplexa como não sou coerente. Ao mesmo tempo que não gosto de nada que me domine, acabei concordando que algumas coisas me arrasam se deixam de funcionar. Não sei se por não ter muitas chances de distração a essa altura da vida (causas físicas impedem uma circulação mais ampla pelos locais que gostaria de visitar), a verdade é que não sou daquelas que se distraem fazendo trabalhos manuais, então confesso que adoro internet e explorar mundo afora a partir do quarto do computador é um luxo. 

Ontem vi na TV um grupo de crianças que foi passar uma semana num local onde era proibido levar celular, tablet ou IPad, e a primeira reação das crianças foi de absoluta "síndrome de abstinência". Só começaram a achar graça no programa depois de 2 dias de atividades intensas. É isso, para não enfrentarem um bando de "viciados" na maquininha os coordenadores do grupo tiveram que bolar atividades sequenciais. A turma só parava para comer, tomar banho e dormir. Acabaram confessando que adoraram a experiência.

Somos escravos dos vícios que trazem prazer (aliás um vício sempre traz prazer, por isso vira vício) e abrir mão disso gera um desastre em nossas almas!


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