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terça-feira, 11 de junho de 2013

minha incapacidade colocada à prova








Tenho que falar com alguém, mas não ouso. Prefiro expor minha falta de preparo aqui, de forma geral, para que muitos (ou mesmo alguns) possam ler e julgar o quanto ainda não estou preparada para a vida.

Acabei de ter uma reação totalmente fora do normal em direção à minha cachorrinha. Sempre sou carinhosa com ela e vice-versa. Mas esqueço-me às vezes, de que ela é apenas um animal. Não tem os mesmos sentimentos que os humanos, embora me pareça que sua doçura e olhar sejam mais verdadeiros do que vejo na maioria dos seres humanos.

Estou sem saber como agir, neste exato momento, depois que houve uma reação totalmente inesperada dela quando fui dar-lhe um abraço e um beijinho no pescoço. Sempre faço carinho nela, passo a mão por suas costas e ela adora. Gosta também que eu coce sua barriguinha. Mas hoje, sei lá o que deu nessa cachorrinha, e ela reagiu avançando num gesto brusco em minha direção (e eu estava no chão junto a ela) como se fosse me dar uma mordida. Não chegou nem a encostar a boca em mim, mas foi um gesto de ataque.

Agora vem a parte com a qual eu terei que lidar e que me é dolorosa. Na hora em que me senti atacada por ela, reagi dando-lhe um tapa na bunda e ela "chorou", e eu ainda falei bem alto : "não me morda mais, não faça mais  isso, você está louca?"

Será que eu vou aguentar esse tipo de surpresa outras vezes? Mesmo vindo de uma cachorra, qualquer agressão ou violência sobre mim provoca um efeito devastador. Chego a reagir com um animal como se ele raciocinasse e soubesse o que está fazendo.

Isso serve para eu avaliar o que a violência passada na infância pode provocar numa pessoa adulta, de repente, quando a um ataque inesperado e inexplicável, eu reajo me defendendo, batendo numa pobre cachorra que nem sabe direito o que está acontecendo.

E eu escrevo agora chorando muito, pois adoro esse animalzinho que veio cair nas minhas mãos sem que eu ao menos sonhasse com isso. Ela me segue por onde eu ando dentro de casa. Se estou na TV, senta-se no sofá (num cantinho que preparei para ela). Se estou na sala do computador, se aninha no chão, numa coberta que deixei preparada. Se vou para o quarto, ela imediatamente corre para sua caminha.

Só que agora acho que ela se assustou mesmo comigo. Estou aqui e ela está no quarto. Desconfio que ficou com medo de mim.

Não sei o que fazer. Qualquer pessoa correria para dar um carinho a ela. Mas preciso de um tempo: para esgotar a raiva que senti de ser agredida e sentir que quando fizer "as pazes" já estarei com outro estado de espírito.

Acho que não sirvo muito para conviver com ninguém, nem com uma cachorra..

P.S. = ela acabou de vir para perto de mim...

2 comentários:

Um Jeito Manso disse...

Oh Sónia... Não fique assim... Ela ainda é cachorrinha, ainda não sabe controlar as emoções, deu-lhe uma má disposição qualquer, algum gesto seu que a assustou, qualquer coisa. Mas fez muito bem em zangar-se com ela, os animais têm que ser educados, tem mesmo que ser. Nunca deu um tapinha nos seus filhos? Eu dei nos meus, na bunda, no braço, eles fugiam e eu ia atrás. Nada de mais, apenas um tapa na hora certa. É normal, não é violência e ninguém leva a mal.

Dê-lhe miminhos que ela se esquece logo, mas não deixe de a ensinar, ela tem que saber que não se pode virar a si.

E nada de lembranças amargas, o que lá vai, lá vai.

Curta a ternura da sua bichinha, menininha travessa, ensine-a a ser uma cachorrinha educadinha e meiga. E não leve tão a sério os arrufos, são coisas passageiras, sem importância, o que importa é a ternura que fica.

Um abraço grande aqui deste lado do oceano. E um abracinho também para essa mocinha aí, traquinas e querida!

sonia disse...

Amiga querida, eu sofro com bobagens, preciso proteger minha pele e minha aura, para que as coisas não me atinjam tão a fundo. É fácil falar, mas na hora "h" aparece o lado sinistro que não sabe lidar com assuntos corriqueiros.
Ainda acabo aprendendo. Obrigada pelo carinho. Sua sensibilidade me é muito cara!