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terça-feira, 5 de março de 2013

Fernando Pessoa (1930) (dos meus guardados)










Desconheço em que livro está o texto abaixo, pois lá se vão 32 anos desde que o guardei em minha "caixa de tesouros".(*)


"Há uma erudição do conhecimento, que é propriamente o que se chama erudição, e há uma erudição do entendimento, que é o que se chama cultura. Mas há também uma erudição da sensibilidade. A erudição da sensibilidade nada tem a ver com a experiência da vida. A experiência da vida nada ensina, como a história nada informa. A verdadeira experiência consiste em restringir o contato com a realidade e aumentar a análise desse contato. Assim a sensibilidade se alarga e aprofunda, porque em nós está tudo:basta que o procuremos e o saibamos procurar".



(*)Acabei de encontrar a fonte do texto acima em um jornal chamado FOLHETIM, datado de 9 de junho de 1985, cujo texto assinado por Décio Pignatari é entitulado "FERNANDO PESSOA, O CATA-CORPO". 
sub-título: Quando Fernando Pessoa, pela boca do seu sonolento heterônimo e pós-anão Bernardo Soares, estabelecia as diferenças entre a erudição do conhecimento, entendimento e sensibilidade, não proclamava senão abobrinhas dignas de um guru moderno.

Ao final do texto Pignatari ainda acrescenta de cunho próprio: "Tais abobrinhas parecem calhar melhor na boca de um guru hodierno do que num Fernando Pessoa de 1930, com seus psiquismos subjetivistas de insone sonolento. Não à toa Bernardo Soares era um quase-heterônimo que pintava quando o poeta tinha sono. Aqui não se sabe quem roubava o corpo e a alma de quem."

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