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sábado, 28 de julho de 2012

ESCREVO PARA MIM

Escrevo para mim. É um tipo de catarse. Uma forma de faxina mental. O que se acumula tem que ser liberado de tempos em tempos. Muitas vezes entro no blog para dizer uma coisa e acabo dizendo outra totalmente diferente. Mas não importa. Hoje tenho poucas chances de exteriorizar o que me vai na alma que não seja essa forma de canto que prezo muito e agradeço por me fazer sentir menos exaurida. E assim vou colocando letras que formam palavras que formam frases, que formam o texto que deve levar alguns a pensar que esse blog parece mais uma colcha de retalhos. Pois é isso: uma colcha de retalhos mentais. O importante é que esses retalhos ainda estão unidos numa colcha. Servem para cobrir quem tem frio. Geralmente me cubro com ela. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

NARCOLEPSIA+CATALEPSIA E AUTISMO







Ontem assisti a um programa na TV Discovery que muito me impressionou. Nunca tinha visto uma pessoa que sofresse de narcolepsia e catalepsia ao mesmo tempo. Havia também um outro homem que sofria de autismo. De comum entre esses dois indivíduos é que ambos possuem verdadeiros anjos da guarda a olharem por eles 24/7. Os dois devem estar na faixa de 45 anos e por tudo aquilo que passam e sofrem, milagre ainda estarem vivos e em relativa boa condição física.


Por que somos tão diferentes, se somos todos humanos? Essa pergunta ficou me rondando, pois achei que não deveria fazer parte da rotina de um ser humano, cair de sono como se caísse morto por um ataque fulminante do coração, isso a cada 5, 10 ou15 minutos. Dizem que quem sofre de narcolepsia dorme cerca de 18 horas por dia. Imaginem o que sobra de vida mais ou menos decente para essa pessoa? Fiquei horrorizada ao ver os hematomas ainda recentes, de tombos levados em locais totalmente inapropriados, como calçadas, asfalto, praças públicas. A irmã desse homem doente disse que nunca deixará de cuidar dele dia e noite. Fiquei filosofando que o karma dessa mulher talvez seja tão pesado quanto o dele.

O autista me assustou um pouco. Quem cuida dele é a mulher, que tem uma paciência de Jó, pois uma das características do autismo (eu não tinha a menor idéia) não é apenas ser uma pessoa calada, que não se comunica bem com os outros. Ao menos esse a que me refiro dava gritos, era violento, sabe o que está fazendo (ele mesmo declara isso) mas não consegue se controlar. O impulso é maior que o auto-controle. O homem ficava completamente fora de si  se às vezes algo não saía como ele desejava. E a "santa" mulher dele sempre bem humorada, cuidando para que  não se machucasse ou fosse agredido por alguém.

Aos dois está sendo administrado tratamento de última geração. Há até um tipo de computador feito especialmente para que  possam se comunicar e pelo jeito a coisa está resultando bem. Dizem (os dois homens doentes) que após escreverem o que sentem naquele momento, há uma descarga de tensão que faz com que se acalmem por algum tempo.

Filosofando sobre isso, há que se pensar que os planos cósmicos são inatingíveis por nossa inteligência. Não há o que possa justificar, perante os olhos humanos, uma pessoa viver uma vida de forma tão bizarra: um caindo como se fosse atingido por um raio, de 5 em 5 minutos  e o outro dando gritos e socos no ar por coisas totalmente fúteis aos olhos de quem passa a seu lado. Muitas pessoas se assustam e apressam o andar, pensando tratar-se de um demente, e outras passam longe do que sofre de narcolepsia+catalepsia, achando que ele está bêbado ou drogado. A irmã sempre junto a ele, já tem prática em rapidamente colocar seu próprio agasalho sob a cabeça do rapaz para que não se machuque durante aqueles minutos de sono pesado.


Vendo isso só ficou um pensamento em minha mente: O MUNDO NÃO É JUSTO!



sábado, 21 de julho de 2012

BANHO DE CONTAINER (AGORA EX)




Moro um apartamento cujo banheiro não me permite ter uma banheira. Quando criança havia no sobrado onde morávamos, uma banheira daquelas típicas de sobrados, mas que permitiam o que hoje considero um luxo. Era branca,  e o aquecimento a gás permitia uma água quentinha.Com o problema do espaço, apartamentos cada vez menores, os boxes mal dão direito a um corpo em pé para tomar sua chuveirada, e olhe lá.


Bem, procurei um jeito de ter algo em que pudesse "ficar de molho" por alguns minutos, colocar um óleo de banho e deixar a pele relaxar. Já tinha perdido a esperança, quando comentando o fato com meu filho mais novo ele disse: - mãe, e se vc usasse um container, desses que usávamos para guardar roupas na loja?




Trouxe o "pesadão" para casa e hoje fiz a experiência. É uma caixa de plástico reforçado, enorme, mas que só entrou no box passando por cima, pois pela porta, nem pensar...


E eis que acabei de tomar meu primeiro banho de container! E não é que foi uma delícia? Claro que não deu pra esticar o corpo, mas fazia em turnos, uma hora era o pescoço, tronco e abdomen e outra hora as pernas e pés. Coloquei um canecão de água fervendo para apressar o processo, mas o chuveiro esquenta bem e deu conta do recado. Minha sorte que sou magra e coube na caixa.
Fica aí uma idéia. Só há um problema, que já estou tentando resolver. Como esvaziar o container após o banho? Virar aos poucos não dá, pois cheio de água pesa toneladas. No futuro farei um furo próximo à base, adaptando um tipo de tampão. Por enquanto tive que esvaziá-lo com o canecão que usei para enchê-lo.


A idéia está lançada. Muita gente deve achar que sou maluca, que o trabalho não compensa, mas a sensação de relaxamento e de pele fresca e limpa não tem preço!!!


Já estou pensando qual será o óleo que escolherei para a próxima sessão...lavanda, eucalipto, alecrim, neroli? Isso vai ser a parte mais simples!


O texto acima sofrerá sérias modificações no texto abaixo. 


Explico:  meu banho de container ficará restrito a datas comemorativas: Ano Novo, Natal, Aniversário, etc...e o que vai prevalecer é o velho banho de chuveiro. 


Motivo: hoje deixei o container no box do banheiro para represar a água necessária que consumo num banho de chuveiro normal, apenas para comparar o consumo entre um banho de container e um banho de chuveiro. Confesso que não tenho coragem (não seria ecologicamente correto) e nem dinheiro para desperdiçar diariamente em tanta água e energia gastas num banho. Mas valeu por um dia, apenas para matar a saudade.


Já vai longe o tempo em que nem se sonhava que um banho com fartura de água seria proibitivo!!! Que peninha...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Não-Biografia



Não escrevo minha biografia por amor aos meus filhos. Eles não precisam sofrer na imaginação o que eu sofri na vida real. Mas o texto daria um belo dramalhão. 

Quando eu quero aliviar minha dor, releio o Livro do Desassossego, do Fernando Pessoa, e é como se estivesse me confraternizando com um amigo que conviveu comigo. E é só.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A ALMA DAS COISAS







Estava aqui a filosofar sobre a alma das coisas.

Lavando minha panela de pressão, que me acompanha há 41 anos e ainda está perfeita, fiquei pensando que quando eu morrer esses objetos que seguem comigo durante tanto tempo, vão sentir minha falta. Sei que isso parece um pouco piração de minha parte, mas tenho amor (não apego) por todas as coisas com as quais lido no dia a dia. As plantas que ficam no terracinho, as pedras e conchas que foram coleção de minha mãe e que hoje estão em vasilhas enfeitando como podem um cantinho ou outro, mas o que me impressionou justamente agora há pouco, foi a sensação pelos utensílios de cozinha, talvez porque sejam eles os que mais recebem meu contato físico, diariamente. Usando-os, lavando-os, enxugando-os, guardando nos armários e gavetas, devem ter de alguma forma absorvido minha energia (essa física quântica ainda vai me levar a um hospício...:). Nesses momentos de contato com os objetos chego a agradecer por terem me ajudado tanto nos meus afazeres domésticos. Cheguei a me comover com isso, mas não me levem a sério pois ando me emocionando com coisas que aos outros não fazem o menor sentido.

terça-feira, 17 de julho de 2012

VOCÊ SABE QUAL O SEU KARMA PRINCIPAL?











Aha... porque temos vários karmas, uns até podem ser chamados de karminhas, mas há sempre aquele que nos acompanha a vida inteira. E você não sabe o que fazer, qual a técnica a ser adotada para que ele não o persiga mais.


Tentei de tudo: até mudar um pouco minha personalidade, já que existem casos de pessoas com várias personalidades, não custa nada arrumar uma bem diferente de mim, mas que ainda seja eu. Bem, para ser sincera, mudei só por pouco tempo. Por que? Medo de ser cortada das relações com as poucas pessoas que me são próximas. A começar por filhos: não estou propriamente me queixando, seria mais uma constatação que venho fazendo ao longo dos anos. Quando conto um caso que aconteceu comigo a meus filhos (não importa a qual dos filhos) sempre tenho como resultado uma "falta de apoio" que em determinadas ocasiões era tudo o que eu menos precisava. Parece que a pessoa a quem confidencio um fato (até com ex-marido era assim) sempre procura um jeitinho de dizer que eu não devia ter tocado naquele assunto, falado isso ou aquilo, que a outra pessoa é muito idosa (embora esteja mais lúcida que eu) enfim, dá-me a impressão de que por mais difícil que seja a carga sobre os meus ombros, eu não tenho o direito de dialogar com alguém (de maneira calma, educada e serena,como tenho feito nos últimos anos), para esclarecer alguns nós que ficaram atados e perturbam o fluxo da vida. 


Tenho que engolir quieta o desaforo que me fazem. Lido constantemente com um tipo de pouco caso. Quando quase atiram um prato de comida na minha cara (como meu pai costumava fazer comigo e com minha irmã quando éramos crianças) eu tenho que a essa altura da vida, mesmo que o fato me leve de volta àquela noite sinistra, fingir que não é nada...(digo isso porque o fato quase se repetiu no último fim de semana).


Acontece que estou fazendo uma faxina geral na minha alma e certas coisas precisam ser ditas. Fui provocada de maneira muito forte para ficar calada (sempre fui a engolidora de espadas) e resolvi por os pratos a limpo (o tema "prato" parece ser o protagonista do texto de hoje).


Por isso digo que esse é meu karma principal. Não tenho saída. Está marcado na minha alma, mas também talvez no meu corpo haja algum sinal que diga: essa aí não vai ter apoio, ela que se vire sozinha.


Resumo: se eu pudesse escolher como viver a vida, e fosse ainda bem jovem, iria me dedicar a fazer serviço de ajuda aos outros  (tipo médico sem fronteiras) num lugar bem distante de onde nasci e vivi. Talvez eu pagasse o que o meu karma está me cobrando a vida inteira!


É, nem sempre a gente percebe o que precisa para evoluir. Às vezes fazemos escolhas que nos parecem agradáveis para viver toda uma vida no futuro e deixamos de consultar o fundo de nossa consciência para saber o que precisaria realmente ser escolhido como tarefa direcionada à evolução espiritual.


Agora é salvar o que for possível. Ainda é tempo. Estou por aqui. A oportunidade pode surgir como um milagre e mudar toda a configuração do meu campo astral. 


Quem sabe eu ainda possa me sair bem?


Por outro lado, analisando bem objetivamente, talvez seja exatamente esse meu karma que tenha que ser trabalhado e superado. A diferença entre eu e outras pessoas (a quem também deve ter sucedido algo semelhante) é que eu ACHEI O MEU KARMA PRINCIPAL. 


Agora é só aceitá-lo e trabalhar com isso!!!