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quinta-feira, 22 de maio de 2008

De repente...



De repente me dou conta de que não há mais movimento em minha casa. Estou só e me assusta ouvir meus próprios passos. Só meus barulhos (como são previsíveis nossos próprios barulhos...). Se eu soubesse que ia chegar a esse ponto, teria me preparado melhor. Minha alma ainda sente falta dos inesperados sons e interações...estou total e absolutamente entregue às minhas próprias idéias. Por mais que saia em busca de outras pessoas, meu dia-a-dia é um dos mais solitários de que tive notícia.

Lembro-me que um dia, há muito tempo, nos momentos de grande dor junto a problemas familiares, cheguei a ansiar por ter minha vida, viver só, e agora que a tenho totalmente, não sei muitas vezes o que fazer com ela. Vivo em paz, está bem, mas essa paz de alguma forma me deixa frustrada. É como se a mim fosse dado um presente que um dia, sem refletir, pedi à vida. E ela me deu exatamente o que eu pedi, minha vida, sem perguntar como eu a queria enfeitar. Ela veio nua e crua, como um brinquedo de montar, onde se lê: siga as instruções.

Primeiro passo: esse brinquedo tem que ser montado apenas por uma pessoa. Se solicitar ajuda as peças não vão se encaixar nunca, porque seu brinquedo é esse, não é outro. E ponto final.

Um comentário:

zezethosa disse...

Oiii tudo bem com vc???
desculpe invadir seu espaço!!!